Não confie em sua faculdade para te preparar para o mercado de trabalho!

Em Motivação no trabalho por André M. Coelho

O senso comum é que a essência de frequentar uma universidade está no ato de aprender, no conhecimento. A questão que colocamos é se a escola, a universidade, deve preparar os alunos para o mercado de trabalho, para serem trabalhadores efetivos, eficientes e que atendem às demandas das empresas, escolas, hospitais, enfim, qualquer ambiente de trabalho que precise de profissionais qualificados. Trocando em miúdos, será que podemos confiar nas faculdades para nos preparar para o mercado de trabalho?

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Uma experiência e uma opinião profissional sobre o assunto

Na minha opinião, eu concordo totalmente que cada um dos estudantes universitários deve ser equipado com a capacidade de se adaptar ao ambiente de trabalho e ter uma melhor ideia do trabalho que eles querem antes da cerimônia de formatura. Não digo apenas sobre estágios, grupos de estudos e pesquisa ou atividades acadêmicas envolvidas direta ou indiretamente com sua profissão. Digo aqui sobre matérias e professores que ensinam habilidades necessárias para a execução de um trabalho, para exercer uma profissão com qualidade.

Com minha formação em pedagogia, compreendendo os processos de ensino e aprendizagem, além de ter trabalhado em minha área após minha formação, sei bem como é grande o abismo entre a teoria dada em sala de aula e a prática no ambiente de trabalho. Nenhuma universidade vai te ensinar técnicas de gestão de grupo para dar uma aula, ou técnicas de preparo de aula, gestão de conflitos. Isso você vai aprender “na marra”, apenas com a experiência. Não deveria ser assim.

A necessidade da vivência do trabalho durante a graduação

Com uma melhor ideia do trabalho futuro, os alunos poderão ter mais paixão nos estudos. Não há dúvida de que nem todo estudante quer ser um professor de sua área. Alguns podem querer entrar no mercado, em vez de ficar na universidade e prosseguir em uma carreira mais acadêmica. Sem uma ideia clara do trabalho que eles querem tomar e uma razão significativa para convencê-los a estudar muito, os alunos podem sentir-se aborrecidos e inquietos enquanto leem livros de teóricos e pensadores de suas respectivas áreas. Eles não podem sequer tentar o seu melhor para um melhor desempenho nos estudos, pois também não tem ideia do impacto destes conhecimentos em sua vida profissional. O que é pior, os alunos podem ter uma baixa exigência de seu desempenho acadêmico e ficarem facilmente satisfeito com o resultado que eles tem, bom ou ruim, já que não tem ideia sobre o seu futuro, mesmo após a formatura, já que não associam a teoria de sala de aula com um ambiente real.

Necessidades de praticar a profissão

A universidade ainda é muito teórica para te capacitar realmente ao mercado de trabalho. Porém, nada impede de você traçar seu caminho profissional prático por conta própria. (Foto: verdict.justia.com)

No entanto, um estudante apaixonado faria de forma inversa. Para ser competitivo no futuro emprego ou para completar algo que eles querem, no futuro, os alunos apaixonados vão tentar ganhar o máximo de conhecimento e experiência que podem durante seus estudos. Por exemplo, se um grande estudante sabe que ele quer ser um repórter, o que ele vai fazer é inscrever-se em muitas matérias relacionadas à sua profissão, mas também algumas da área de letras, para ter uma escrita com maior qualidade. Talvez até algumas disciplinas de arte, para aprender mais sobre o enquadramento de fotos para notícias jornalísticas. Ao mesmo tempo, este estudante participa da construção de um jornal comunitário, tendo na prática e de forma bem mais imediata, sem esperar os 4 anos da graduação, uma oportunidade de aplicar a teoria. Um dia, ele irá ganhar os frutos de seu trabalho duro porque já está obtendo conhecimento da área de forma mais aprofundada. Por estas razões, podemos ver que a universidade deve incentivar os alunos a ter uma ideia clara sobre o seu plano para o futuro e associar a prática para além dos estágios obrigatórios e do ensino formal, em sala de aula.

Aproximando a universidade ao mercado de trabalho

A universidade deve oferecer oportunidades para apresentar requerimentos de postos de trabalho e a personalidade de cada carreira para os alunos. Sem perceber a nossa personalidade e a do ambiente de trabalho, seria muito perigoso para os alunos na hora de escolher um emprego após a formatura. Realidade e fantasia são duas coisas que confundem muito os estudantes que sonham com uma carreira ideal. Por exemplo, é possível que uma menina da faculdade tímida tem um sonho de ser uma repórter, mas depois de passar quatro anos estudando Jornalismo e se aterrar o trabalho mais tarde, ela descobre que não podia suportar as longas horas de trabalho e a necessidade de falar com estranhos. Naquela época, ela descobriu que se colocou em um buraco devido à falta de aprofundamento e consideração na faculdade. Portanto, antes da formatura, os alunos devem perceber a sua personalidade, ambiente de trabalho e exigências de seus postos trabalho, por conta própria, sem depender tanto de uma universidade para isso.

Considerações finais

Pelas razões mencionadas acima, podemos chegar à conclusão de que a escola deve preparar os alunos para o mercado de trabalho, mas sabemos que não é bem isso que acontece. Com o conhecimento abundante e uma ideia do ambiente de trabalho real, um graduando conseguiria viver sua vida com paixão e tomar a melhores decisões sem pesar. Dito isto, é preciso apaziguar a falha das universidades adotando você mesmo uma postura mais prática na sua carreira, usando seus conhecimentos em todas as oportunidades que surgirem.

O que acham das faculdades brasileiras? Elas preparam para o mercado de trabalho? Como vocês enxergam seu preparo hoje e quando estavam em suas graduações? Compartilhem conosco pensamentos, ideias e opiniões sobre o assunto.

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

André é pós-graduado em pedagogia empresarial, especializando na padronização de processos. Possui mais de 300 horas em cursos relacionados à administração de empresas, empreendedorismo, finanças, e legislação. Atuando também como consultor e educador empresarial, André escreve sobre Recursos Humanos desde 2012.

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